Aproveitando a paisagem da Avenida Alberto Braune, deitado e com um novo visual está ele: o leão da Prefeitura. A escultura está sendo montada pelo Executivo em parceria com a Fundação Dom João VI, resgatando a história e as inúmeras fotos que eram tiradas com o animal.
O local é o mesmo. O pátio em frente ao Salão Azul, na sede da Prefeitura. De acordo com o informe, a peça foi viabilizada por meio de parceria com a iniciativa privada. Ela foi adquirida no Rio de Janeiro e a Fundação Dom João VI e a sua Sociedade de Amigos promoveram as obras de instalação.
O novo “mascote” de Nova Friburgo retorna ao centro da cidade com o mesmo objetivo das duas esculturas que se encontravam por ali até 2013. Fazer com que os friburguenses e turistas tirem fotos e registrem novas memórias.
As esculturas de leões
Se você não é daqui, talvez não esteja entendendo muito bem o que estamos falando. Vamos recapitular a história, lá de trás até os dias de hoje.
Nova Friburgo possui quatro esculturas de leões. Peças artísticas em ferro fundido produzidas pela Fundição Val d’Osne. Segundo uma pesquisa da Fundação Dom João VI, o Barão de Nova Friburgo deve ter adquirido as peças em uma de suas viagens à Europa, na loja de fundição de Ducel, em Paris, na França.
Os leões faziam parte da fachada de um imponente casarão: o solar dos Clemente Pinto. Originalmente, a construção era ladeada por quatro colunas encimadas por esculturas de leões.
No entanto, com a destruição das colunas no início do século passado, as esculturas foram dispersas, sendo duas delas colocadas no prédio da Prefeitura (em frente ao atual Salão Azul) e as demais dispostas na entrada do Centro de Arte (porão do solar, fechado desde a tragédia de 2011).
Como dito acima, a dupla de felinos ficou em frente ao Executivo até 2013 quando retornaram ao seu local de origem. Atualmente é o prédio onde a Fundação funciona.
A construção que fica na Praça Getúlio Vargas, um dos principais pontos e cartão-postal da cidade, já foi também sede da Prefeitura (1921-1969), da Câmara (1922-2001), Biblioteca Municipal (1941-2001), Fórum e Sala de Júri (1938-1941), cadeia (1938-1940), depósito de materiais do Executivo e Oficina Escola (até 2014).
Mas antes disso, os leões já visitaram diversos pontos da cidade. Já ficaram expostos nas escadarias internas da antiga casa do Barão de Duas Barras, que é hoje a Universidade Federal Fluminense (UFF), passaram uma temporada no Hospital Municipal Raul Sertã, já ficaram até mesmo esquecidos em um depósito.
A população ficou bem chateada quando as peças foram retiradas de seu alcance, mas a decisão foi tomada para resgatar a fachada original do imóvel que foi tombado e segue preservado. Falando em preservação, uma forma também de manter a integridade das esculturas que eram vandalizadas e quebradas frequentemente.
Para quem não sabe, essas esculturas são obras de arte raras, de imenso valor até mesmo para o mercado internacional. No Brasil, de acordo com os historiadores, só existem 6 exemplares. Nós temos quatro delas. As outras duas estão na Casa de Rui Barbosa, na cidade do Rio de Janeiro.
Por isso, a ideia é aproveitar o novo leão da melhor forma, tirando muitas fotos, brincando com as crianças e, é claro, o preservando.