Bar América, em Nova Friburgo, completa 79 anos

Quem passa pela rua Monte Líbano, no Centro, dificilmente não vai perceber o Bar América. Desde a década de 40 é um dos maiores points de Nova Friburgo. Considerado até mesmo um dos bares mais democráticos da cidade.

Em 17 de janeiro de 2022, o clássico que nunca sai de moda completa seus 79 anos. Preserva seu perfil vintage até hoje e é o único que pode se orgulhar de ter servido diversas gerações de boêmios. Seja nas cadeiras dentro do bar ou em pé na porta do estabelecimento.

Além do chopp, é claro, possui uma gastronomia de ponta. Vamos destacar, por exemplo, o bolinho de bacalhau, os pastéis e o aipim frito. Mais do que uma combinação perfeita para o lazer: uma descoberta de sabores.

O jornalista David Massena contou, em seu portal, essas mais de sete décadas de história, que começa com um português. Confira abaixo.

Fundado em 17 de janeiro de 1943, o bar mais democrático da cidade sempre existiu no mesmo endereço, na Rua Monte Líbano, número 37, bem no coração da cidade, e dos seus clientes.

A memória oral registra que durante o auge da tuberculose, que dizimou grandes poetas românticos como Castro Alves, Álvares de Azevedo, músicos como Noel Rosa e outros artistas no Brasil, e que motivou a criação do Sanatório Naval na cidade, o Bar América oferecia louça branca, separada e higienizada para pacientes em recuperação.

O surgimento das primeiras drogas, como a estreptomicina, nos anos 40 e 50, permitiu o controle da quantidade de gente infectada, mas o bar, que servia refeição, jamais permitiu o preconceito.

A proprietária amiga, Rivana Abbud, faz questão absoluta de manter viva a história do bar. Por isso, não custa lembrar que essa resistência do Bar América vem desde os tempos do Justino Coelho Babo que o inaugurou, vindo de Pena Fiel – Portugal, ainda moço. Depois trouxe o Antônio Moreira, seu cunhado, casado com sua irmã Margarida, por carta de chamada, para trabalhar como entregador. Zé Babo, outro irmão de Justino, que morava no Rio, foi à Portugal e trouxe sua mãe dona Francisca e a esposa do Antônio, sua irmã Margarida.

Antonio se apaixonou por Nova Friburgo e comprou o Bar América de Justino. Zé Babo e Antônio Moreira foram sócios e, mais tarde, por volta de 1955, Moreira foi o único dono do já famoso bar. Em 1965 vendeu para outro cunhado, o Antônio Coelho Dias, pai da Augusta, que se casou com o italiano Zeppe Michetti, a quem coube os destinos do Bar América até os anos de 1990, tradição que se mantém na boa comida.

Nos anos de 1970, época de ouro da Escola de Samba Acadêmicos das Braunes, o italiano Michetti, torcedor da verde e rosa (a afilhada da Estação Primeira de Mangueira), recebia, pelo menos uma vez ao ano, para uma feijoada, celebridades como Dona Zica, Cartola, Dona Neuma, Delegado, Mocinha, Tia Suluca, Leci Brandão entre outros, que vinham ajudar a escola de samba friburguense.    

Símbolo de resistência, diverso, plural e singular ao mesmo tempo, o Bar América recebeu títulos, comendas, moções, prêmios, indicações e tornou-se referência de empreendedorismo gastronômico e de relações humanas, porque bar é lugar de gente!

Viva o bar América!

Rivana Abbud e sua equipe em 2019. Foto: Reprodução/Bar América

Agradecemos ao David Massena por ter nos cedido o seu conteúdo e parabenizamos o Bar América por promover um grande happy hour, tanto no bar quanto na história da cidade! Um brinde!

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