Em Janeiro de 2011, Nova Friburgo e região enfrentaram uma das maiores tragédias climáticas do país, enchentes e deslizamentos massivos de terra ceifaram a vida de centenas de pessoas, incluindo famílias inteiras.
Desastres com essas proporções são relativamente raros, mas com o crescimento exponencial da devastação da natureza nos últimos anos, com certeza veremos o aumento desses fenômenos. Mas, como podemos aumentar a nossa chance de sobreviver a uma catástrofe?
John Leach, um instrutor de sobrevivência militar que pesquisa o comportamento de pessoas em ambientes de extremo estresse na Universidade de Portsmouth, na Grã-Bretanha, analisou a atitude de sobreviventes e vítimas de dezenas de desastres ocorridos em todo o mundo durante décadas e descobriu que, em situações de vida ou morte, cerca de 75% das pessoas ficam tão desnorteadas que não conseguem pensar com clareza nem planejar uma fuga. Elas ficam mentalmente paralisadas. Apenas 15% das pessoas conseguem manter a calma e tomar decisões que podem salvar suas vidas. Os 10% restantes são puro perigo: eles perdem completamente o bom senso e colocam todos os outros em risco.
Segundo o pesquisador, na maior parte dos desastres, não é preciso ter habilidades especiais para sobreviver. Você só precisa saber o que fazer.
A maioria dos especialistas em sobrevivência acredita que a melhor maneira de pensar com mais clareza é se preparar para uma emergência com antecedência. Mas sem viver em paranoia.
“A prática torna as ações automáticas, sem a necessidade de se perder muito tempo pensando”, diz Jerome Chertkoff, psicólogo social na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Isso significa prestar atenção na localização das saídas de emergência quando você entra em um cinema ou em outro tipo de espaço fechado, ler as instruções de evacuação deixadas no seu quarto de hotel e sempre prestar atenção nos procedimentos de segurança que os comissários de bordo demonstram no avião, por exemplo.
Mas, voltando ao cenário Friburguense, as inundações acontecem desde a fundação da cidade, em 1820, e, para agravar o cenário, assim como a maioria das cidades brasileiras, Nova Friburgo tem tido um crescimento acelerado de habitações de forma desordenada, uma região com características geográficas como a nossa, jamais poderia ter sido ocupada como foi, e continua sendo, o que faz aumentar as possibilidades de novas catástrofes a cada período chuvoso.
Em dezembro deste ano, 2020, mais uma chuva fora dos padrões assustou a população e, segundo moradores, sirenes não foram acionadas em áreas de risco e muitos nem se deram conta do poder da chuva até o amanhecer.
Pensando nisso, preparamos uma pequena lista de equipamentos e dicas simples para você estar um pouco mais preparado para superar estes momentos.
Tenha um Kit Básico de Sobrevivência em casa
Existem diversas formas de preparar o seu, e isso vai variar bastante se você mora numa área urbana ou mais rural, se tem alguma casa de amigo para se abrigar, se vai precisar de mais tempo para se locomover de um ponto A até o B etc. Mas é importante conhecer essas 7 categorias básicas de sobrevivência:
1 – Água
2 – Abrigo
3 – Fogo
4 – Alimentos
5 – Medicamentos e primeiros socorros
6 – Defesa e proteção
7 – Comunicação e Navegação
Com essas informações, e imaginando um cenário de ruas alagadas, chuva, falta de energia dentre outras dificuldades deste tipo de situação, se a sua casa não for segura e você precisar sair, é muito importante ter em casa esses itens para se equipar:
– Squeeze ou cantil com água
– Kit de primeiros socorros.
– Lanterna
– Botas impermeáveis
– Jaqueta impermeável com capuz
– Fósforo e/ou isqueiros impermeáveis
– Canivete multiuso
– Alimentos compactos
– Documentos e dinheiro
Além desse mini kit de autosuficiência, também listaremos algumas informações que podem ser relevantes para se manter em segurança.
• Deixe tudo para trás. Nem pense em levar objetos pesados e substituíveis. Nessas horas, o kit de emergência é o único que importa.
• Para se comunicar, envie mensagens SMS, o sinal do seu celular pode oscilar e dificultar efetuar ligações;
• Apenas dez centímetros de água podem derrubar você e um metro pode mover seu veículo;
• No seu cotidiano, procure manter o combustível do carro pelo menos em meio tanque;
• Nunca dirija em ruas inundadas. PARE! Dê a volta e não se afogue;
• Famílias devem usar apenas um veículo para evitar serem separadas e também para reduzir o engarrafamento;
• Evite contato direto com a água por questões de saúde e também pelo risco de cabos elétricos ativos;
• Tire foto dos danos para acionar seu seguro.