De Nova Friburgo para o mundo do Carnaval: os friburguenses que se destacam nas capitais

Nova Friburgo tem o segundo melhor Carnaval do Estado do Rio de Janeiro. O “título” é de acordo com o número de agremiações e blocos que a cidade tem. E dentro dessa festa cultural enorme que é o Carnaval, tem friburguense que se destaca pelo seu trabalho.

Trabalhos que ultrapassaram as fronteiras e chegaram aos maiores carnavais do Brasil.

O Descubra Nova Friburgo inicia essa listagem das personalidades friburguenses no Carnaval com ninguém mais ninguém menos que ele, Clóvis Bornay.

Clóvis Bornay


Clóvis Bornay nasceu em 10 de janeiro de 1916, em Nova Friburgo. Era o mais novo dos 12 filhos de mãe espanhola e pai suíço, dono de uma loja de joia na cidade.

Foi bem jovem que descobriu seu amor pelo Carnaval. Aos 12 anos venceu um concurso de fantasias no Fluminense Futebol Clube, local onde não perdia um baile carnavalesco sequer.

Seu primeiro grande destaque chegou alguns anos depois, em 1937, quando ajudou a organizar o primeiro baile à fantasia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ganhou o concurso com uma criação própria inspirada nos trajes dos príncipes hindus.

Bornay virou presença ainda mais garantida no Carnaval. Ganhou tantos títulos em tantos outros bailes que surgiram, ou que ele criava, que se tornou hors-concours (concorrente de honra, não sujeito à premiação) a partir da década de 70. Foi carnavalesco nas escolas de samba Salgueiro (1966), Unidos de Lucas e Vila Santa Tereza (1967), Unidos de Lucas (1968 e 1969), Portela (1969 e 1970), Mocidade (1971 e 1972), Unidos da Tijuca e Viradouro (1973).

Introduziu inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada sendo conduzida do alto de um carro alegórico. Após isso, todas as demais escolas de samba copiaram e tornaram o quesito obrigatório. E é obrigatório até hoje! Ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele mesmo participava dos desfiles carnavalescos como destaque.


Faleceu em 9 de outubro de 2005, aos 89 anos. Seu cortejo fúnebre não poderia ser outro: a marchinha “Ô Abre-Alas”, de Chiquinha Gonzaga.

Deixou um legado enorme não só para o Carnaval do Rio e de São Paulo, onde também participou em alguns momentos, mas para todo o mundo que aprecia essa arte. Hoje, algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e outras são acervo de museus no exterior. 

Museólogo por formação, trabalhou durante 42 anos no Museu Histórico Nacional, onde dava verdadeiras aulas de história sobre o tema.

Jorge Freitas

Foto: Almeida Rocha (Diário SP)

O friburguense Jorge Freitas trocou a banda de harmonia do Colégio Nossa Senhora das Mercês, onde foi regente por 25 anos, pela harmonia da bateria de uma escola de samba.

E tudo começou por aqui mesmo, lá em Amparo, em 1986. Ajudou a transformar o bloco de enredo do distrito em uma escola de samba. Em 1990, atuou pela Vilage no Samba e obteve o seu primeiro título como carnavalesco em uma agremiação.

Desceu a serra, com a sua primeira parada na cidade de Macaé, entre 1993 e 1995. Foi no ano seguinte que chegou ao Rio de Janeiro assinando o seu primeiro Carnaval carioca, pela Império da Barra, campeã do grupo B daquele ano.

O trabalho seguiu e chegou ao grupo especial do Rio em 1997, dividindo o seu trabalho com a Imperatriz de Olaria, aqui em Nova Friburgo. Em 2000 iniciou sua trajetória no Carnaval de São Paulo.


Passou por nomes como Gaviões da Fiel, Unidos de Vila Isabel, Unidos da Saudade, Portela, Pérola Negra, Alunos do Samba, Rosas de Ouro, Império da Casa Verde e Mancha Verde. Agremiações de São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Friburgo.

Jorge, que também é cenógrafo, artista plástico e diretor artístico, coleciona 16 campeonatos! Um nome de peso e de orgulho para o Carnaval.

Evandro Malandro


Primeiro intérprete da escola de samba Alunos do Samba, do distrito de Conselheiro Paulino, em 2003. Evandro Malandro é um dos mais premiados intérpretes de Nova Friburgo.

Em 2004 participou da Vilage no Samba e em 2008 seguiu para a Unidos da Saudade, agremiação em que foi intérprete principal até 2013. Mesmo ano que seguiu para a capital paulista e foi a voz principal da Imperador do Ipiranga no Grupo de Acesso. No mesmo ano, foi o responsável pelo microfone oficial da Apoteose do Samba em Uruguaiana-RS.

Foi intérprete da Renascer de Jacarepaguá no Acesso ao lado de Diego Nicolau de 2014 a 2017. Em 2018, foi o cantor principal da Cubango.

No meio disso tudo, reforçou o carro de som da Grande Rio. Em 2019 se tornou o intérprete oficial da Tricolor de Duque de Caxias, do grupo Especial. Foi no último Carnaval antes da pandemia que veio mais um triunfo: o Estandarte de Ouro de melhor intérprete.


Evandro é puxador de samba, cavaquinista, tocador de banjo, percussionista geral, baterista, flautista, violonista e compositor. Mas e o malandro? É só apelido. É originário do grupo friburguense “Os Malandros”, do qual ele fazia parte. Mesmo indo para outro conjunto depois, o nome pegou.

Pegou e marca o Carnaval friburguense, paulista, carioca e gaúcho.

Guto Intérprete


No seu “nome”, a função: Intérprete. Guto começou criança, aos 9 anos, incentivado pelos músicos do então Bloco de Enredo Raio de Luar (hoje, agremiação do grupo A de Nova Friburgo). O interesse aumentou e, além de cantor, virou compositor, cavaquinista e percussionista.

Cresceu e entoou sua voz na Vilage do Samba e conquistou como intérprete de apoio os títulos de 2004, 2005, 2006, 2008 e 2009. Foi em 2012 o intérprete oficial da verde e branco.

Ano novo, experiência nova. Em 2013, transferiu-se para a Unidos da Saudade, onde foi a voz oficial do tricampeonato inédito da agremiação.

Mas nesse período citado, pra ser específica, desde o carnaval de 2010, Guto integra como intérprete de apoio o carro de som da GRESE Império da Tijuca – RJ, tendo em seu currículo o título da Série A (Grupo de Acesso) de 2013. Como compositor, Guto tem diversas composições no carnaval friburguense: BC Raio de Luar, em 2009, 2012 e 2013, GRES Vilage no Samba, em 2009 e Unidos da Saudade, em 2013 e 2014.


No ano de 2019, fez sua estreia como intérprete oficial pela Acadêmicos do Sossego, agremiação de Niterói, da Série Ouro. Integra também o carro de som da Unidos do Viradouro. Passando pela ponte Rio-Niterói, além de seus compromissos com a Unidos do Viradouro, Guto se tornou a voz oficial da Unidos de Padre Miguel, ao lado de Diego Nicolau, para o Carnaval de 2022.

Versátil, se não está nas quadras, na Marquês de Sapucaí ou na passarela do samba friburguense, Guto está nos palcos com a Big Black Band, que executa clássicos nacionais e internacionais da Black Music e do Soul.

Thiago dos Santos


O samba-enredo que vai embalar o desfile da Unidos do Porto da Pedra, da Série Ouro do Carnaval do Rio de Janeiro, terá um friburguense em sua interpretação. Com Wantuir de Oliveira, Bruno Ribas, Leozinho Nunes, Wic Tavares, Thiago dos Santos fecha esse time de peso.

O friburguense e intérprete da Alunos do Samba faz parte do carro de som da vermelho e branco do Rio. A agremiação de São Gonçalo, vai levar para a avenida o enredo “O Caçador que traz Alegrias” da carnavalesca Annik Salmon.

Além dos nomes acima citados, temos Kaisso (Imperatriz de Olaria), Monstrinho (Vilage no Samba), Paulo Victor Cabral (Unidos da Saudade) e Marlon Caetano (Imperatriz de Olaria) nesses times cariocas, sejam com suas vozes ou com os cavaquinhos.

Uma cidade repleta de profissionais talentosos, que a cada dia conquistam mais espaço nos carnavais e deixam suas qualidades nos mais diversos segmentos. A lista é longa e esperamos que ela fique cada vez mais.

Parabéns aos que fazem o Carnaval ser a maior festa cultural do planeta!

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